GCLIO

O Grupo Clio é uma associação de educadores dedicados ao ensino, pesquisa e cultura, sua fundação oficial se deu no ano de 2008, a partir dos anseios de um grupo de historiadores que buscavam construir um verdadeiro fórum de debate sobre inúmeras questões pertinentes a educação e a democracia em nosso país. Atualmente o GCLIO reúne educadores das mais diversas áreas e espaços de atuação com o propósito de ampliar os horizontes do nosso povo, construindo a unidade possível em torno da democracia e do republicanismo, e o consenso necessário da educação nas suas mais variadas vertentes. Defendemos a universalização do ensino público com a qualidade necessária para habilitar nossas crianças e jovens na vanguarda civilizacional através de dois pilares básicos a inclusão social e a participação política.

terça-feira, 9 de março de 2010

Prof Italo Hide do GCLIO analisa a política contemporânea...

A hermenêutica de um senador que não reconhece as lutas sociais.


É sabido que o Brasil é uma país de pluralidades. Nesse contexto muitas são as lutas que se travam no cotidiano para que os mais diversos grupos preservem sua identidade. Os negros sem dúvida estão entre os que mais buscam defender o seu DNA social, cultural e étnico. Entretanto, segmentos da sociedade ainda se negam a reconhecer esses grupos e o depoimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ecoa a voz dos segregadores. Veja as estapafúrdias ditas pelo dito parlamentar no plenário do STF quando se tratava o tema sobre cotas para afrodescendentes nas universidades: “Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para o mundo islâmico, para a Europa e para a América. Lamentavelmente. Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos. Mas chegaram. (…) Até o princípio do século 20, o escravo era o principal item de exportação da pauta econômica africana.” Fica evidente na fala do senador que de fato o africano era uma mercadoria natural o que é lamentável, pois, o parlamentar perdeu a oportunidade de discutir o passado escravista para que esse mal ainda existente no Brasil, embora seja tido como crime, seja banido em todos os aspectos, inclusive no discurso. Ainda interpretando, tratou o fato histórico como argumento para justificar a ocorrência da escravidão. Pior, o senador defende que a África tinha bônus pois era um item importante de exportação. Anacronismo malvado.

Prof. Ítalo Hide

Núcleo de Assuntos Estratégicos do GCLIO.


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